MARCOS DUARTE

Biografia

Nasceu em 1967, na cidade do Rio de Janeiro.

Sua aproximação com a arte contemporânea se dá em 2009, na Oficina 3D da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, sob orientação de João Carlos Goldberg.

Em março de 2013, se tornou assistente de ensino, e desde 2015, coordena as atividades desenvolvidas na Oficina 3D, e o curso contínuo Oficina de Transformação de materiais.

Andy Goldsworthy, Giuseppe Penone, Constantin Brancuzi, Franz Krajcberg e Richard Long, que compartilham e percorrem territórios de criação onde prevalece a potência emanada da natureza, são artistas que o influenciam. Se Penone produz interferências, algumas vezes inserindo a dimensão tempo para romper com a sistemática racionalização do ato escultórico, Marcos Duarte intervem até um tipo de fusão que enfatiza a sutil fronteira entre realismo e a condição orgânica própria da madeira.

A pureza simétrica dos pássaros de Brancusi, onde a síntese é expressão de imaginação e idealização, tem sido uma referência em seus projetos. Seus trabalhos são criados a partir de madeiras retiradas de árvores mortas por fatores naturais ou podas.

As questões que coloca, seja através de sua narrativa escultórica, seja na forma como vincula o criar e o conservar nessa ‘esfera-mundo da cultura-natureza’, como descreve Guilherme Vergara (2014), fluem em um diálogo aberto, global, transparente.

Seus trabalhos mais recentes exploram a escultura como forma de compreender um mundo dentro do espaço, o acontecimento onde repousam os olhos, e o que dele entendemos, sua aparente permanência, dando sentido ao espaço.

Não mais dentro e fora, mas uma rede que tece campos de percepção, conexões que não distinguem os limites do mundo. Então, a tarefa de dar uma definição, tão própria da escultura, prossegue alcançando uma vastidão permeável em um sem número de variações, saindo da geometria, dos modelos consolidados, do espaço moldado, para encontrar outras expressões de exterioridade.

Desde 2016, vem sendo desenvolvido um processo de imersão em territórios onde se conectam atmosfera, ciclos de vida e trilhas formadas por seres não-humanos que circulam através de pastos e são regulados por cercas. Os registros Vestígios Imagináveis das vivências, performances e land art formam um acervo de fotografias, esculturas e objetos que materializam representações de uma natureza sempre tensionada por energias produtivas e pelo consumo. Nesses pastos há subjetividades que repercutem no planeta. Desconectada e muda, essa paisagem fala e sua intimidade emerge dos ossos bovinos, testemunhos do que resta quando a vida se esgota, que concentram tudo o que não se extingue por efeito do tempo. Em 2015, 2016, 2017 e 2022 participou da ARTRIO com trabalhos apresentados ao ar livre. Suas obras integram o acervo do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) e de diversos colecionadores brasileiros.

Currículo