ROSÂNGELA DORAZIO

Pontos de vista

02/12/2017 – 16/02/2018


Pontos de vista, 1ª exposição individual da artista Rosângela Dorazio no Rio de Janeiro, propõe uma reflexão sobre esse momento polarizado, no qual cada dia é mais difícil conviver e refletir sobre as diferenças.

A artista mineira Rosângela Dorazio inaugura sua exposição individual PONTOS DE VISTA no dia 2 de dezembro, das 12 às 18h, na galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, em São Conrado.

Sua produção discute os transbordamentos de linguagens entre gravura, fotografia e pintura.

Depois de muitos anos trabalhando com gravura, a artista propõe um terceiro olhar sobre duas técnicas de arte consagradas: a gravura e a fotografia. Suas obras de arte comunicam seu desejo de discutir o tempo e ela passa a utilizar o corte de goivas e buris para interferir em fotografias adesivadas sobre superfícies rígidas, criando uma nova técnica denominada gravura sobre fotografia.

“Quando tiramos uma fotografia, eternizamos um momento de nossas vidas ali. Eu quis interferir e propor um novo conceito”, diz Rosângela.

Segundo o renomado curador Agnaldo Farias “a artista destrói as imagens quase sempre deixando um rastro delas nos reflexos silenciosos de lagos e poças; as imagens, agora flutuando em superfícies líquidas, carregam consigo o eco de imagens que não mais existem, o que serve como demonstração da impossibilidade de reter o visível, de que toda fotografia fundada na lógica do documento e do registro acena uma ilusão tão concreta quanto a nitidez das imagens estampadas.”

Na exposição a artista apresenta 10 fotografias recentes. Em algumas seu olhar está muito próximo e em outras está a uma certa distância, o que permite uma visão geral do todo, mas impossibilita a intimidade que a proximidade dá.

Nos dois casos interfere nas imagens com o corte e cria uma nova situação a partir do gesto, desfazendo a imagem anterior. Todas as imagens convivem num mesmo espaço e são alteradas pela ação violenta da retirada de partes do todo. O expectador apreende o que está visível, mas não tem a imagem anterior.

Dessa forma tece um paralelo com as informações que nos chegam e sobre as quais muitas vezes temos opiniões contundentes. Existem dados faltantes, possibilidades de olhares distanciados ou próximos, mas é possível a convivência e o diálogo das aparências amputadas e divergentes.

A exposição fica em cartaz até o dia 16 de fevereiro de 2018.