MERCEDES LACHMANN
Campo de Força (I)
Texto Mercedes Lachmann
Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea
11/11 – 12/12/2019
Campo traz a noção de estrutura, matéria, continuidade. Força denota energia, matéria, potência. Matéria é o elo entre campo e força, é o que ancora a estrutura, reverbera como energia, gerando uma determinada potência de modo contínuo. Quando se trata de matéria, o fato de uma coisa suceder à outra produz a contiguidade, o ser contíguo. Tudo que é vida tem materialidade, e, portanto, é um campo de força em si. Tudo que foi vida reverbera a memória da matéria e também constitui um campo de força.
Campo de força é uma determinada estrutura, uma tessitura invisível, que se estabelece a partir da energia e potência da matéria, reverberando no tempo e no espaço.
A conexão e a integração de tipos de matérias que compartilham uma determinada vibração energética constituem um campo de força, no qual operam circuitos e fluxos de comunicação. Uma mata, um rio, seus afluentes e nascentes, um jardim de ervas medicinais, flores, rochas e cadeias de montanhas, uma determinada altitude e temperatura realizam coletivamente um sistema de trocas de alta potência. Sutileza é a chave para penetrar e se conectar com essa força generosa, silenciosa, disponível, suave e também profunda, aguda, intensa, transformadora.
Campo de força (I) articula conceitos ambíguos, propondo o transporte poético de um lugar que está em outro lugar. Cápsulas guardam qualidades alquímicas, a memória de um campo, deslocado, a intensidade de forças de uma rede de matérias, em reversibilidade. Elas aguardam a ação do outro para que o elo possa se estabelecer, acionando o ritmo, a frequência, o campo.
Mercedes Lachmann